domingo, janeiro 5

Outro dia eu revi no Lado B, após um longo tempo, o clip de "Child psychology" do Black Box Recorder. Na vez anterior não cheguei a reparar que o célebre e infame refrão - Life is unfair, kill yourself or get over it - tinha sido censurado pela MTV americana. Fizeram uma montagem sonora que transformou "kill yourself" em algo parecido com "choice life". Ou seja, arruinaram esse verdadeiro hino dos suicidas em potencial.
Ainda sobre o clip, eu cismei que algumas de suas cenas lembram soluções visuais utilizadas em O mensageiro do diabo, único filme dirigido pelo ator inglês Charles Laughton (o advogado de defesa em Testemunha de acusação, suspense crááássico do Billy Wilder). É meio que uma mania, às vezes eu fico buscando referências visuais em tudo que assisto. Vamos aos fatos, mas antes um pequeno lembrete: clip e filme foram filmados em preto e branco. Sempre que o refrão toca, o rosto da Sarah Nixey (vocalista da banda) e da sua versão juvenil aparecem recortados sobre um céu repleto de estrelas brilhantes. Lembra muito a cena de abertura do filme, onde a Lillian Gish, cercada por rostos infantis, aparece lendo uma passagem da Bíblia. E a imagem da menina dentro de uma banheira no meio do pântano me faz pensar na sequência em que o casal de irmãos, ao fugir do Reverendo Harry Powell (Robert Mitchum), viaja de barco por um pequeno rio. Sendo, em ambos os casos, observados por criaturas silvestres (coelhos, aranhas, sapos) posicionadas em primeiro plano.
Pois é... é sobre esse tipo de assunto que eu fico matutando durante o meu tempo livre. Alguém precisa me internar.

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